Não-ficção
Uma das minhas colegas na Leya, Sara Gomes, editora da Texto, fez-me um reparo completamente justificado, dizendo-me que neste blogue nunca apareciam livros de não-ficção. É verdade: os autores que mais me marcaram são romancistas ou poetas e, como me comprometi a falar apenas das minhas «horas extraordinárias» de leitura, tenho deixado o ensaio de fora. Ainda assim, há dois títulos a que, ao longo da vida, tenho recorrido frequentemente (e que li como romances). O primeiro é Introdução à História do Nosso Tempo, de René Rémond – uma panorâmica da história mundial de 1750 aos nossos dias para pessoas mais ou menos ignorantes (como eu) em termos históricos. O outro é Os Criadores, de Daniel Boorstin (que foi muitos anos director da Biblioteca do Congresso americana), no qual se destacam os grandes heróis da imaginação nas mais diversas áreas (literatura, pintura, fotografia, arquitectura) e abrange um período que vai dos pintores rupestres às vanguardas artísticas e literárias do século xx. Este último tenho-o, orgulhosamente, autografado e, embora não seja uma obra densa e profunda, dá-nos uma ideia excelente do que foi, realmente, a originalidade em todos os tempos.