Uma experiência nova
Há muitos anos, quando escrevia regularmente livros juvenis, a Editorial Verbo encomendou-me um texto para uma colecção chamada Terra Verde, que então iniciara. O seu objectivo era o de educar as crianças na protecção do ambiente através de histórias simples e lúdicas. O título do meu livro era A Ilha do Paraíso e punha frente a frente um miúdo citadino mimado e estragadão e um índio que habitava um paraíso natural e temia a invasão de maus hábitos nos seus domínios. Recentemente, o Teatro Bocage contactou-me com vista à adaptação teatral deste pequeno livro e, no sábado passado, armada de expectativa e com a companhia de sobrinhos e amigos pequenos, lá fui ver a peça. Depois de ultrapassada uma certa estranheza inicial pelo barulho ensurdecedor e a correria dos miúdos junto ao palco enquanto não começava o espectáculo, assisti à metamorfose do meu texto, ajudada por três jovens actores talentosos e muito expressivos, uma montagem de efeitos sonoros bastante interessante e algumas intervenções espontâneas da pequenada que, nestas coisas, não se faz rogada e gosta de intervir. Por isso, se tem crianças e quer que passem um bom bocado, leve-as ao Teatro Bocage, ali perto da Damasceno Monteiro, em qualquer sábado até finais de Outubro. Pode ser que elas aprendam qualquer coisa que as ajude realmente a tornar a Terra mais verde.