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Horas Extraordinárias

As horas que passamos a ler.

19
Out11

Direitos de autor

Maria do Rosário Pedreira

O aparecimento dos e-books levanta várias questões, entre elas o problema da pirataria, uma vez que um hacker que se preze conseguirá sacá-los da Internet sem pagar e quiçá copiá-los indefinidamente e até comercializá-los, tramando o autor que, como proprietário dos direitos, ficará a ver navios em matéria de retribuição. Li algures, enquanto me preparava para um debate sobre e-books e livros em papel na Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova, que as bibliotecas americanas que «alugam» e-books a estudantes (e os compraram dentro da maior legalidade, suponho) estão impedidas de permitir mais do que 32 downloads de cada um (se o número estiver incorrecto, perdoem-me, mas foi o que me ficou na cabeça), tendo de voltar a comprar o livro quando estas «descargas» chegarem ao fim. Pois bem, se um e-book numa biblioteca americana vale 32 leituras, pois a verdade é que um livro em papel valia até agora todas as leituras possíveis e imaginárias (e o autor só recebera direitos da venda de um exemplar, situação bastante ingrata, mesmo tendo em conta que as bibliotecas existem para prestar um serviço público e promover a leitura, embora em Portugal algumas bibliotecas ainda pediam até há pouco tempo livros de borla aos editores). Estando as bibliotecas por esse mundo fora a digitalizar livros em papel constantes do seu acervo, os perigos da cópia e do roubo informático multiplicam-se, penalizando mais uma vez o autor; parece ser este o caso de uma biblioteca universitária, creio que em Michigan, que decidiu permitir downloads indefinidamente de uma lista de livros cujos detentores do copyright (autor ou herdeiros) não se acusem em 90 dias. Pois acontece que várias Sociedades de Autores (EUA, RU, Austrália, Canadá) se uniram para lhes pôr um processo e que a operação já foi interrompida. Mas, por essas e outras, há já um movimento para se cobrar por cada utilização de um livro, seja digital ou em papel, em todas as bibliotecas. Se isto for avante, os autores que se alegrem.

3 comentários

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    ana b. 19.10.2011

    Partilho totalmente da sua opinião. Por mais que se restrinja há sempre maneira de furar o esquema. Mal comparado, faz-me lembrar aquela máxima do professor que sabe mil maneiras de copiar e o aluno mil e uma...
    Por isso, a aposta tem que passar forçosamente pela educação e pela ética.
    Reconheço, contudo, que não é uma tarefa nada fácil.
    Mas comigo podem ficar descansados. Não correm este risco:)Só lerei um livro digital, quando se acabar totalmente o papel. Até lá resistirei estoicamente. Não há nada que substitua o prazer de pegar, manusear e cheirar um livro. De marcar o livro com um dos muitos marcadores que me encantam ( há-os lindíssimos). Ou de marcar a página com a fitinha de cetim como no livro que me está a encantar de momento : O Retorno da Dulce Maria Cardoso. Maravilhoso!
    Reconheço a vantagem do livro digital no espaço que poupa. Mas até aqui, angustia-me pensar que deixaria de poder contemplar as minhas estantes abarrotando de livros, algumas já em dupla fila. Não, decididamente não é para mim.:)
  • Sem imagem de perfil

    Cristina Torrão 19.10.2011

    Peço desculpa, mas se estão à espera de mudança de mentalidades para acabar com a pirataria, se tudo depende da educação e da ética, podem esperar sentados!
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