A família indo-portuguesa
A escritora Raquel Ochoa, de quem já publiquei livros de ficção e não-ficção, estreou-se com um romance que lhe valeu o Prémio Literário Agustina Bessa-Luís e já vai em dez edições... Chama-se A Casa-Comboio e conta a história de quatro gerações de uma família indo-portuguesa, cristãos que residem em Damão e acabam em Lisboa. Honorato, Rudolfo, Baltazar e Clara são os fios que ligam a saga fascinante dos Carcomo ao longo de mais de um século. Habitando uma espécie de «casa-comboio», a sua história é baseada na de uma família verdadeira e a autora visitou a maioria dos locais onde tudo aconteceu. Com uma notável capacidade de efabulação, elogiada na atribuição do prémio por Vasco Graça Moura, que então pertencia ao júri, a autora abre-nos a janela sobre o modus vivendi de tantos indo-portugueses – quer a experiência feliz, quer a traumática, em territórios como Goa, Damão e Diu, outrora sob o domínio da Coroa e do Estado portugueses e hoje bastante esquecidos. Se gosta de romance histórico e tem, como tantos, fascínio por esse país tão especial, não perca.