A importância do prémio literário
A maioria das vezes em que alguém concorre a um prémio para inéditos o objectivo é ser publicado – a menos que o valor seja alto e concorram também escritores conhecidos para se garantirem durante uns meses (ou uns anos, no caso do Prémio Planeta, por exemplo, que é uma batelada de dinheiro). Aos prémios para livros já publicados concorrem, pelo contrário, quase todos os autores com livros elegíveis (ou as editoras que os publicam), seja pelo dinheiro, seja pelo prestígio, seja pelas bastas referências jornalísticas à vitória, que sempre ajudam a divulgar o livro em causa e a vender mais uns quantos exemplares. Em todos os países há prémios que fazem muito pela carreira internacional dos vencedores (o Booker Prize é um deles), mas também há certos prémios que praticamente já só contam no país que os atribui (o Goncourt, a partir dos anos 1990, deixou de ter eco nos outros países, embora ainda fique bem no curriculum de um escritor). Esta semana, o The Guardian anunciou a long list de 162 romances que vão ser espremidos em apenas 5 finalistas do Man Booker Prize no dia 15 de Setembro, e Hilary Mantel é de novo nomeada, ela que já ganhou o prémio duas vezes. É uma das escritoras que falam do que mudou na sua vida depois do galardão, ao lado do querido Barnes, de Howard Jacobson (que perdeu amigos quando ganhou o Booker) e de Margaret Atwood, entre outros, num artigo que, sendo já de 2018, vale muito a pena ler e continua actual. O link vai aí abaixo.
Hoje recomendo um vencedor do Booker: O Mar, de John Banville. Livro bom para o Verão, pois é de um Verão em especial que fala.