A outra que sou eu
Publiquei no final do ano passado um romance gráfico incrível, de uma autora argentina que se mudou para Espanha, chamado A Viagem, que relata a ida ao Japão de duas amigas (uma delas é claramente a autora) que precisam de espantar uns quantos fantasmas. A que conta a história está num momento especialmente frágil depois de ter feito um aborto; a amiga, que não consegue engravidar, ajuda-a e dá-lhe força. É um encontro também com a diferença e o fascínio do Oriente. Agora, neste segundo livro de Agustina Guerrero que publico, A Companheira, esta companheira do título não é exatamente uma amiga como a outra, embora o seja; na verdade, trata-se de alguém que se calhar a protagonista não conhece assim tão bem mas que está sempre consigo nas melhores e nas piores situações: ela própria! Esta «companheira» guiará então a nossa Agustina por desertos, mares, planícies e grutas para evocar e trazer à memória episódios da sua vida que a marcaram à medida que crescia e se tornou quem é. Um passeio pelas recordações de uma vida cheio de amor, humor e ternura, mas também de culpa e medos, cujo destino pode bem ser a felicidade. Muito, muito interessante. (A tradução é de Ana Saragoça.)