A poesia assusta?
Um dia destes estive a jantar com um agente literário francês que já não via há uns quinze anos e que veio passar uma semana de férias a Portugal com a família. Entre os muitos assuntos de que falámos à mesa, contou-me que em França houve nos últimos tempos um verdadeiro boom dos livros de poesia e que muita gente jovem parece ter despertado repentinamente para o género, havendo até muitos pequenos editores, cujos proprietários são bastante novos, a lançarem todos os dias poetas desconhecidos. Dissemos-lhe, por brincadeira (ou talvez nem tanto), que talvez isso acontecesse porque o texto poético é quase sempre mais curto do que o texto em prosa e que, com o excesso de horas passadas nas redes sociais, há já muita gente que se habituou ao texto telegráfico e, por preguiça e falta de vontade de pensar, rejeita logo um texto mais longo, passando à frente. Ele rebateu o argumento, dizendo que isso até podia ser verdade, mas que a intensidade e a exigência da poesia também obrigam a um funcionamento mais trabalhoso das sinapses cerebrais, pelo que talvez não fosse essa a razão («os textos não se medem aos palmos»). Então, lembrei-me de um cartoon que encontrei há pouco tempo por aí, e que se referia à luta contra a imbecilidade com... poesia. Ele aqui vai. Tenham um bom dia.