Abrir a boca
Para contestar é preciso, claro, estar informado. E não só: é preciso, em algumas situações e países, vencer o medo e o preconceito. As feministas de hoje devem muito a uma série de mulheres pioneiras neste acto de coragem que foi dizer o que pensavam, bater o pé, reclamar. Saiu na última sexta-feira um ensaio interessante sobre algumas delas que, ainda por cima, fizeram da palavra uma arte. Chama-se De Língua Afiada, assina-o Michelle Dean, e reúne um improvável e arrojado grupo de pensadoras modernas que moldaram a história intelectual do século xx: Susan Sontag, Dorothy Parker, Hannah Arendt, Rebecca West, Joan Didion, Mary McCarthy, Pauline Kael, Renata Adler, Janet Malcom e Nora Ephron ousaram levantar a voz (mesmo que por escrito) num tempo em que intervir era privilégio dos homens, desbravando um caminho a que todas as mulheres de hoje devem muitíssimo. A tradução é de Helder Moura Pereira e foi publicado pela Quetzal.