Ainda os títulos
Na semana passada publiquei aqui um post sobre os títulos na ficção e os títulos na imprensa, todos por vezes bastante enganadores: ou apontando para livros melhores do que realmente são, ou levando os leitores de notícias a crer em factos opostos aos verdadeiros. Na altura, porém, faltou-me dizer uma coisa que tenho aqui entalada desde que descobri que «a palavra começada por F» (uma tradução livre de «the F word»), quando aparece num título de um livro, seja ele de que autor for, faz com que o dito atinja o Top Ten em menos de uma semana. Não consigo perceber porque se sentem as pessoas tão atraídas por livros que lhes peçam na capa para não f... os outros, ou para aprenderem a dizer aos outros que se f... O que sei é que é matemático: todos os títulos que incluam a palavra F com o sentido metafórico de «lixar, tramar, chatear», têm sucesso garantido. Por isso, se (como suspeito) alguns dos Extraordinários têm livros em preparação ou prontos na gaveta (ou até já recusados por alguma editora a quem os mandaram), vão ao ficheiro do computador, parem no frontispício, prantem-lhe no título a palavrinha milagrosa e verão que os publicam em três tempos e com extraordinário êxito. Como 47% dos portugueses confessam não ler um único livro há seis meses, o melhor é facilitar.