Aldina Duarte
Hoje vou abrir um parêntese nesta coisa dos livros e aproveitar o post para dar os parabéns à grande fadista Aldina Duarte, que comemora 20 anos de carreira com um concerto (na verdade, dois, porque amanhã há outro) na Culturgest, em Lisboa. Mas é um parêntese muito ténue, garanto, porque a Aldina, que se tornou uma grande amiga e para quem eu tenho o maior prazer em escrever (tenho feito letras para ela desde que nos conhecemos), é uma leitora invulgar – que lê ensaio, que lê poesia, que lê ficção, que não vive sem um livro dentro da mala, vá para onde for, e que tem uma enorme ânsia de saber (passa, aliás, muitas horas em livrarias à procura de livros mesmo difíceis de encontrar). Quando vai jantar a nossa casa, a primeira coisa que a Aldina faz é vasculhar todos os livros novos que temos em cima da mesa e ainda não arrumámos e, se não conhece um ou outro, quer logo saber tudo acerca dele. Por causa do seu amor pela literatura, neste que é o seu 20.º ano de carreira, a Aldina e eu resolvemos trabalhar juntas num projecto que dará origem ao seu próximo CD, a sair lá mais para o fim do ano: nada mais, nada menos do que um «romance» em fados (uma espécie de literatura musical, portanto). Tendo como base as melodias do fado tradicional, conta-se uma história de amor de fio a pavio (e nesta há um triângulo, para criar mais intriga), através de quadras, quintilhas, sextilhas, decassílabos, alexandrinos, fados com refrão e sei lá que mais, que a Aldina nisso não facilita e obrigou esta sua letrista a um enorme leque de «espartilhos». Mas, até o CD estar disponível, espero que este ano de comemorações corra bem à Aldina (ela merece) e que continue sempre a ler e a cantar para todos nós. Parabéns!