Alma fadista
Tenho andado muito ocupada com as provas de uma antologia que assino com a fadista Aldina Duarte e que para o mês que vem, se tudo correr como esperamos, verá a luz (e as prateleiras das livrarias). Tem que ver com o fado, e mais tarde voltarei a ela, mas a canção lisboeta hoje aparece aqui no blogue porque no passado sábado foi lançado no Museu do Fado um volume que vou querer ler assim que tenha tempo. Trata-se de Severa 1820 e fala, pois claro, da primeira «fadista» conhecida (e guitarrista, já agora), que se chamava Maria Severa Onofriana e nasceu há quase dois séculos na Madragoa, impressionando as gentes que a ouviam cantar, em especial, segundo reza a lenda, o Conde de Vimioso, que muito contribuiu para que a sua carreira vingasse e, com ela, o próprio género. É o duplo centenário da Severa, e ao mesmo tempo os dez anos da inscrição do fado como Património Imaterial da Humanidade pela UNESCO, que se comemoram com a saída deste livro, cuja coordenação esteve a cargo de Paulo Lima e inclui textos de várias figuras conhecidas, como Jorge Sampaio, Rui Vieira Nery ou Salwa Castelo-Branco, bem como fotografias de Augusto Brázio. Inclui ainda dois CD, sendo um deles com a banda sonora do filme A Severa, que é o primeiro filme sonoro português. Vai ser um belo presente de Natal para quem gosta de fado.