Aramburu
Numas férias de há talvez quatro anos, carreguei para a praia diariamente um calhamaço pesadinho. Tratava-se de Pátria, do escritor basco Fernando Aramburu, que trata da divisão de duas famílias muito chegadas por causa da ETA e do homicídio de um dos homens, quiçá pelo filho do outro. As personagens (pais, mãe e filhos) são realmente um primor de desenho, desde o pequeno empresário que vem a casa almoçar e dormir a sesta até à jovem que tem um AVC incapacitante, mas escreve num iPad aos parentes, ou o seu irmão que se junta à organização terrorista. Mais tarde vi a série, basca, muito fiel ao original; e gostei, embora na minha cabeça os rostos das figuras fossem bastante diferentes. Hoje Aramburu estará em Portugal para falar desse livro, claro, que marcou decisivamente a sua carreira, mas sobretudo da sua obra mais recente em Portugal, O Regresso dos Andorinhões, traduzido por Cristina Rodriguez e Artur Guerra. A conversa tem lugar no Cervantes às 18h30 e terá por moderadora Ana Daniela Soares. Imperdível, parece-me.