Arrependidas
Já aqui falei num interessante ciclo de conversas que leva a designação geral de Os Espaços em Volta (uma alusão a Os Passos em Volta, de Herberto) e é coordenado pelas jornalistas e poetas Inês Fonseca Santos e Filipa Leal. Realiza-se uma vez por mês na Casa Fernando Pessoa em torno de um tema específico sobre o qual os convidados – normalmente duas pessoas de áreas distintas – são interpelados pelas organizadoras. Pois hoje calha-me estar na berlinda a falar sobre «arrependimento» na companhia da minha querida amiga e grande fadista Aldina Duarte. O fado está cheio de arrependimento – ainda há pouco tempo escrevi uma letra para o novo álbum de Ana Moura – Ninharia – que conta a história de uma mulher que, por causa de um ciúme doentio, rifou o amado e se mostra agora arrependida da sua precipitação, certa de que ele era, afinal, o homem da sua vida. Não sou lá muito de me arrepender – confesso – mas, claro, acontece-me de vez em quando pensar, pelo menos, que não devia ter dito o que disse (se calhar até aqui no blogue já ocorreu)… Vamos lá a ver como me saio nesta conversa a quatro, mais logo, às 18h30. Se quiser, apareça; se não for, que não se arrependa.