Autógrafos
Agora, que a Feira do Livro de Lisboa está a terminar, os autores já podem descansar das longas estopadas à sombra dos jacarandás à espera de que alguém compre os seus livros e lhes venha pedir um autógrafo. Claro que os mais famosos têm filas de interessados – Lobo Antunes, Gonçalo Tavares, José Luís Peixoto ou Mia Couto, por exemplo, raramente ficam sem clientes; mas muitos outros escritores passam uma tarde inteira na feira e assinam um ou dois exemplares, o que é muito chato. Por vezes, passam leitores que gostam deles e fazem comentários muito positivos sobre a sua obra, mas esses normalmente já a leram e, por isso, não contribuem para o número dos que compram e querem dedicatória. O Observador trouxe recentemente um divertido artigo sobre «incidentes» durante as sessões de autógrafos na Feira do Livro de Lisboa, inquirindo alguns escritores que ali vão há muitos anos. Alice Vieira contou então que um dia lhe apareceu de repente uma mulher pedindo que lhe ficasse com a cesta de tremoços porque tinha mesmo de ir à casa de banho. A escritora não se fez rogada: não só tomou conta da cesta como vendeu três pacotes a quem quis e fez contas no regresso da vendedeira, que acabou por oferecer-lhe um pacote também a ela como paga. Histórias com graça para a história dos escritores.