Belezas do cosmos
Não é segredo para ninguém que iniciei a minha carreira nos livros pela mão de um cientista (já escrevi sobre isso aqui no blog) e que trabalhei nos primeiros nove anos de actividade numa editora especialmente vocacionada para a divulgação científica. Nessa editora, o campeão de vendas era Carl Sagan, o físico de Cornell que, na altura, tinha um programa de televisão belíssimo chamado Cosmos, que era também o título do seu livro mais vendido. Mas não era por ser um homem de ciência que descurava as letras, e é dele uma das mais interessantes frases sobre a leitura. Ela aí vai, caçada um destes dias no Facebook no mural de um amigo brasileiro (deixo tal qual encontrei): «Que coisa incrível é um livro. É um objeto achatado feito de árvore com partes flexíveis nas quais imprimimos uma porção de rabiscos escuros e esquisitos. Mas basta olhar para ele e você está dentro da mente da pessoa, talvez de alguém morto há milhares de anos. Através dos milênios, um autor está falando claramente e silenciosamente dentro da sua cabeça, diretamente com você. A escrita talvez seja a maior das invenções humanas, unindo pessoas que nunca se conheceram umas às outras, cidadãos de épocas distantes. Os livros rompem os grilhões do tempo. Um livro é a prova de que os humanos são capazes de realizar magia.» Grande verdade.
Em tempo (porque me chamaram a atenção de que não sugerira qualquer livro, mas Cosmos era também uma sugestão): de Carl Sagan, O Cérebro de Broca, cuja tradução foi feita por mim aos vinte e tal anos.