Bem-vindos
Ora então cá estamos (se bem que com pouca vontade, pois a seguir a umas férias relativamente longas nunca me apetece muito trabalhar). E, como é princípio do mês, digo já o que ando a ler e, nos dias que aí vêm, falarei também do que li nestas férias (muitas páginas, mas poucos livros). Agora tenho em mãos a obra originalíssima de um autor de que gosto particularmente – o multifacetado Geoff Dyer, que escreveu também uma maravilha chamada Jeff em Veneza, Morte em Varanasi, romance de que falei aqui no blogue há muito tempo. Neste momento, o livro que me ocupa chama-se Areias Brancas e é um livro de viagens, mas não de viagens no sentido puramente geográfico – embora, claro, se façam deslocações –, antes de viagens para visitar obras de arte em grande escala ou repetir a experiência de algum artista ou escritor desaparecido num local específico. (Até ao momento, apreciei muito o primeiro capítulo, sobre a Polinésia e Gauguin, e o flop do autor e da mulher – de quem Dyer não usa o nome verdadeiro, fazendo dela personagem – na vã procura de uma aurora boreal.) O narrador, que cita profusamente D. H. Lawrence e lhe segue passos e ideias, é profundamente irónico num sentido muito British que estou a adorar. E, já agora, a tradução, publicada pela Quetzal, é de João Tordo.