Camões no Porto
Uma das coisas que mais admiro no escritor Mário Cláudio é a sua generosidade. Ao contrário de muitos outros autores consagrados, que não lêem nada das gerações que se lhes seguem, Mário Cláudio disponibiliza-se frequentemente para ler as obras de jovens e principiantes e lhes dar a sua sincera opinião (outra virtude, porque não é pessoa para mentir). Foi, de resto, por ter lido o texto de uma autora que considerou merecedora de uma boa chancela editorial para os seus escritos que me encaminhou há tempos um romance de Isabel Rio Novo. Na altura, eu tinha tanta coisa para ler que, enquanto as costas não folgassem, como diz o ditado, sugeri à Isabel que concorresse ao Prémio LeYa – e o seu romance (Rio do Esquecimento) acabou por ser finalista nesse ano. Mário Cláudio ficou contente por ver que não era o único a reconhecer o talento desta escritora – e agora decidiu ir ainda mais além, convidando-a para apresentar no Porto o seu Os Naufrágios de Camões, recentemente publicado. Não era qualquer escritor firmado que escolheria para apresentar livro seu uma escritora não muito conhecida e com obra ainda relativamente escassa. Tiro-lhe o chapéu, claro, e aproveito para convidar todos os que estão perto da Invicta para vir ouvir este par logo à tarde, num lugar muito bonito, a condizer com a literatura.