Colossos unem-se
Até aqui, ouvimos falar de concentração editorial (cá começou mais tarde, mas aconteceu, e a LeYa ou o grupo Porto Editora são os gigantes que foram adquirindo as outras editoras) e de concentração no retalho (as cadeias de livrarias que tornaram o mercado outra coisa, não necessariamente melhor, mas uma coisa que veio para ficar e não vale a pena chorar sobre o leite derramado). Mas eis que de repente cai a notícia de que duas das mais importantes agências literárias em todo o mundo se fundem, criando uma só que assim ficará claramente com todos os autores internacionais mais interessantes e ao mesmo tempo mais vendáveis. A agência literária de Barcelona, Carmen Balcells, que negoceia os direitos de Vargas Llosa, García Márquez, Cortázar ou Neruda – além de, claro, o nosso Lobo Antunes –, era de há muito dirigida por essa Carmen que lhe dá nome e que, segundo se diz, não tinha sucessor; o senhor Wylie – conhecido no meio como «o chacal» – e agente de Bolaño, Martin Amis, Jorge Amado, Borges, Nabokov ou Roth, entre muitos outros vivos e mortos –, dizia admirar desde sempre a senhora espanhola. Vai daí juntaram os trapinhos, e agora será ainda mais difícil vencê-los – a menos que se comecem também a unir as agências por esse mundo fora para enfrentar o monstro. É esperar para ver.