Cópia privada
Todos sabemos que por esse País fora ainda há muita gente que fotocopia livros e capítulos de livros de forma excessiva, privando os seus autores dos respectivos direitos. Se, na música, a gravação clandestina é verdadeiramente escandalosa (já há muito pouca gente a comprar discos, porque «saca» as músicas da Net sem pagar com a maior desfaçatez), para os filmes acontece o mesmo e também o livro está a ser há muito prejudicado com estas cópias privadas; daí que se tenha criado um diploma que visa a protecção do autor e foi, inclusivamente, aprovado pela maioria parlamentar na Assembleia da República em Fevereiro último (fazia, de resto, parte do Programa do Governo). Mas, como não podia deixar de ser, o Presidente da República resolveu vetá-lo, achando-o desequilibrado… Pois bem, os direitos a serem pagos aos criadores têm vindo a diminuir drasticamente ao longo dos anos, provando que as cópias ilegais se multiplicaram (mais ainda em momentos de crise, nos quais os alunos preferem pagar fotocópias de vinte páginas a comprar um livro do qual só têm de ler um mero capítulo); mas Cavaco Silva não quer certamente prejudicar as empresas de fotocopiadoras e computadores, os seus amigos empresários, não se importando, mesmo assim, que aos artistas lhes seja passada a perna todos os dias. A Sociedade Portuguesa de Autores pede que todos os criadores se mobilizem e unam na defesa dos seus direitos e, no fundo, é o que faço hoje, no meu humilde espacinho.