Cuidar da língua
Falo muitas vezes com amigos, colegas e escritores sobre o problema dos erros de ortografia que hoje inundam livros, rodapés de telejornais, jornais, ementas de restaurantes, folhetos publicitários e muito mais. Há pessoas que me dão razão e também se incomodam com essa constante falta de respeito (não é só incompetência, é preguiça de ir ver como se escreve quando não se sabe e, portanto, desrespeito pelo outro); mas também há muito quem diga que sempre houve quem escrevesse com erros, desvalorizando e desculpabilizando o problema em vez de tentar avançar com uma solução para o fazer desaparecer. É o que dizia um dia destes o jornalista do Público Nuno Pacheco num artigo bem interessante que aconselho a todos (procurem no site do jornal a crónica dele de dia 23). Curiosamente, nesse mesmo dia, uma amiga francesa, que foi toda a sua vida professora, mandou-me o link de um artigo do Figaro, no qual se diz que as principais universidades francesas exigem que os alunos façam cursos de francês para melhorarem o seu nível de competência na língua materna, uma vez que descobriu que meninos formados em universidades reputadas respondiam a questionários e mandavam CV crivados de erros de ortografia, confundindo tempos verbais como o infinitivo e o particípio passado só por terem o mesmo som (é a oralidade, que dizer de quem não lê?). Pois bem: plenamente de acordo! Só espero que cá façam o mesmo e não deixem ninguém acabar um curso superior, seja ele qual for, a confundir «há» com «à» e «eminente» com «iminente». O artigo francês pode ser lido aqui: