De volta ao batente
As férias foram boas, apesar de uma chuvinha irritante e de um vento teimoso, sobretudo à noite, em que precisei de vestir aquele casaquinho de malha que me lembra a infância no tempo das marés-vivas; mas cá estou eu de novo, perorando sobre livros, autores e o mundo editorial, depois de ter dado uma entrevista muito longa ao podcast O Poema Ensina a Cair (passe a publicidade, mas a Raquel Marinho merece a atenção), em que também falo bastante de literatura, leitura e mudança, caso estejam interessados em ouvir. Saíram aguns livros enquanto estive fora de que vos quero falar detalhadamente, publicados ou não por mim; mas, como sempre faço quando tiro uns dias seguidos, levei um clássico para reler misturado com os títulos acabadinhos de sair do forno, pelo que é deste mesmo que vos falo hoje. Tem vários títulos nas várias edições disponíveis no mercado (eu comprei-o em 1980 na edição da Perspectivas & Realidades e chamava-se O Triunfo dos Porcos, mas hoje A Quinta dos Animais é talvez o título mais consensual). Continua muitíssimo actual, porque não faltam por aí os populistas que, com pretextos extremamente dóceis e enganadores, acabam por tornar-se iguaizinhos àqueles que derrubam assim que se conseguem sentar nas suas cadeiras. E é muito bom para oferecer a jovens que se sentem atraídos pelos regimes autoritários ou pessoas mal informadas e excessivamente crédulas. Eu diverti-me muito mais a lê-lo desta vez e foi bom ver como certas ovelhas não conseguem mesmo marrar para outro lado e como é sempre melhor saber ler. Enfim... se tiver um filho adolescente ou ainda nunca tiver lido esta maravilhosa fábula de George Orwell, pegue nela agora. Amanhã há mais.