De volta com Ginzburg
Bom dia. Cá estou de volta à nossa sala de leitura, embora, em rigor, não esteja completamente recuperada: tenho uma costura do tamanho de quinze agrafos coberta por umas fitas que fazem comichão, e ainda tenho algumas dores mas tenho esperança de que, com o tempo, me desapareça o incómodo (afinal, foi esse o objectivo da cirurgia). Mas regresso ao blogue com gosto, mesmo sabendo que rouba tempo e que tenho trabalho atrasado, prometendo algumas histórias e sugestões de livros, como a que vos faço hoje, de conhecerem uma autora que comecei por estudar no Instituto Italiano nos anos oitenta (Natalia Ginzburg) e que está a ser publicada agora em Portugal quase exaustivamente com belas capas, ainda por cima. Eu comecei pelo maravilhoso Léxico Familiar (o mais conhecido livro de Ginzburg, creio), mas podem também espreitar As Pequenas Virtudes, Foi assim ou até o menos interessante (pelo menos para mim) Todos os Nossos Ontens, este com prefácio de Sally Rooney, a conhecida autora de, entre outros, Gente Normal. A obra de Natalia Ginzburg é feita, regra geral, de livros que são romances-documentos-ensaios-memórias-crónicas da vida em Itália durante o nazismo (tudo junto), já que a autora é judia (o seu nome de solteira é, aliás, Levi), viveu o drama do fascismo italiano na pele e esteve presa com o marido, que acabou por ser morto em 1944. Uma autora de mão cheia que importa não esquecer. Amanhã há mais.