Deuses e homens
1953. Este é um ano rico em acontecimentos: Eisenhower é eleito Presidente dos EUA, Churchill ganha o Prémio Nobel da Literatura, os Rosenberg são acusados de espionagem e executados, Tito torna-se o timoneiro da Jugoslávia… E, porém, os factos que atraem o protagonista deste romance – um jovem jornalista sem dinheiro que deambula por uma Lisboa de cafés e águas-furtadas – são claramente delicados em tempo de censura, pois prendem-se com as múltiplas conspirações que rodeiam a morte e a sucessão de Estaline na União Soviética. Não só é preciso que escreva com pinças para fintar o regime, como a informação que lhe chega de fora é escassa e contraditória, obrigando-o a dar largas à sua imaginação… Este é o ponto de partida de Todos os Dias Morrem Deuses, o novo romance de António Tavares, vencedor do Prémio LeYa com O Coro dos Defuntos em 2015. Uma obra extremamente oportuna sobre o jornalismo e a verdade, mas também sobre uma certa Lisboa que já desapareceu e onde se namorava de uma forma muito diferente da de hoje. Disponível a partir de amanhã.