Dos Açores à China
António de Freitas, um jovem aluno do seminário de Angra nascido na ilha das Flores poucos anos antes do dealbar do século XIX, decide abdicar da vida monástica e embarcar, em 1810, numa viagem rumo aos longínquos mares da China, onde sonha fazer-se rico. Para companheiro de fortuna e infortúnios, desencaminha um rapaz que com ele estudara na Terceira, também sem vocação beata mas com apreço pela leitura e talento para a escrita, que é na verdade quem há-de contar a sua história. Depois de inúmeras peripécias e confrontos, numa sucessão de episódios de autêntica pirataria, o par instala-se então em Macau, acabando António de Freitas por dedicar-se ao tráfico de ópio – na época, um negócio regularizado –, enquanto o seu amigo se entrega doidamente ao vício. Nas Flores, restará um dia um vistoso túmulo de tíbias cruzadas e caveira e um mosteiro cuja elevação está rodeada de mistério. Entre o relato de viagens e o romance histórico, o romance de Tiago Salazar O Pirata das Flores, acabadinho de sair, discorre sobre a aventurosa vida de uma personagem extremamente arrojada para a época, à boa maneira de um Sandokan ou de um capitão Morgan.