Eça a mexer
Eça de Queiroz foi para o Panteão esta semana, onde poderá ter interessantíssimas conversas com Sophia (digo eu), apesar de para já estar sozinho numa sala. A cerimónia da trasladação dos seus restos mortais foi muito bonita, com leituras e peças musicais muitas vezes evocadas nos seus livros; e, apesar de Eça estar agora em Lisboa, a sua Fundação, em Baião (ou deveria dizer «Tormes»?), continua a trabalhar na associação do nome do grande romancista do século XIX a belos projectos contemporâneos, tais como um prémio literário bienal de 10.000 euros atribuído a uma ficção escrita por um autor que tenha até 40 anos; ou uma bolsa de criação literária com um «ordenado» associado e estadia na localidade da casa do autor de A Cidade e as Serras (na qual certa noite ele comeu o tão famoso arroz de favas que ainda por se lá cozinha no restaurante). O prémio literário mencionado, que já foi dado a autores como Joana Bértholo ou Frederico Pedreira, tem o apoio da Fundação Millenium/BCP e, em 2025, terá como jurados Ana Luísa Vilela, Bruno Vieira Amaral, Carlos Reis, Isabel Lucas e Luísa Mellid-Franco. Já as bolsas de criação literária contemplam vários escritores e géneros no presente ano: poetas como Rita Taborda Duarte, jornalistas como Inês Bernardo ou Susana Moreira Marques, cronistas e ensaístas como Nelson Nunes. A Fundação Eça de Queiroz sempre a mexer!