Eça como nunca o viu
Eça nunca deixa de ser actual – não só porque continuará a ser lido pelas novas gerações, apesar das ameaças de tirarem Os Maias do programa de ensino, mas também porque fala muitas vezes como se vivesse neste nosso século, certeiro como poucos. Porém, há coisas do grande escritor que muitos de nós nunca vimos, até porque existe um homem de carne e osso por detrás da assinatura na capa de um livro (e, se nunca fomos a Tormes, teremos visto ainda menos). Pois bem: a Fundação Calouste Gulbenkian inaugura já no próximo dia 29 uma exposição chamada Eça e Os Maias. Tudo o que tenho no saco que, segundo anunciam, não é sobre literatura, mas se traduz numa belíssima viagem ao tempo do escritor através de fotografias, caricaturas, desenhos, objectos pessoais (alguns deles trazidos de Tormes, segundo me constou), edições estrangeiras daquele que é um dos maiores romances da literatura portuguesa (Os Maias), ilustrações de outras obras do mestre e até a pintura de Paula Rego sobre O Crime do Padre Amaro. Enfim, teremos Eça como nunca o vimos e, ao que dizem, numa mostra cheia de ironia que lhe vai ficar bem. Além disso, o evento será apimentado com uns jantares queirosianos pela mão do chef Miguel Castro Silva e umas conversas sobre vários assuntos. O programa poderá ser consultado no site da Fundação.