Em casa com escritores
O que fazem os Extraordinários por estes dias é seguramente conviver com escritores e textos (eu também, até por razões profissionais). Mas conviver com livros é muito diferente de conviver (sem ser metaforicamente) com os seus autores. Ora, alguém no Reino Unido teve a bela ideia de criar conjuntos de escritores de várias épocas e géneros e metê-los ao molho numa casa. E, depois de formadas várias casas, o jogo é procurar a casa em que nos pareceria que viveríamos melhor durante o período de confinamento. Eu olho, olho, e na verdade, apesar de achar que seria feliz na Casa 5 (com os poemas de Dickinson e Eliot, a imaginação de García Márquez e as maravilhosas lições de Nabokov), também penso que a Casa 1 teria a sua graça, com as piadas inteligentes de Wilde e o génio de Flannery O'Connor (e muita animação brechtiana). Divirta-se com isto e veja qual é a casa em que se sentiria melhor e não daria em doido. Aproveite para ver quem é quem (os que não conhece).
Como falei de Wilde, hoje sugiro O Retrato de Dorian Gray ou os seus contos, um dos quais (O Fantasma de Carnterville) prefaciei recentemente para uma edição da 20|20. Não ponho os tradutores porque já não chego à prateleira de Wilde...