Em extinção
O jornal The Guardian trazia uma advertência para aqueles que estão em vias de escolher um curso ou um ofício, o de não optarem por uma série de profissões que estão em extinção. Algumas destas foram evidentemente tornadas obsoletas pelo aparecimento e a difusão em larga escala da tecnologia digital – quem é que hoje, por exemplo, manda revelar fotografias? – ou substituídas por máquinas «inteligentes» (as pessoas já podem pagar a conta do supermercado sem passar pela caixa, usando o leitor do código de barras, e nos casinos parece que as fichas das slot machines já são «cuspidas» por um dispensador); mas houve actividades que, infelizmente, desapareceram porque não houve jovens que se interessassem por elas (o trabalho nos teares é uma delas) ou porque já não fazem simplesmente sentido: quando se estraga um móvel, custa se calhar mais caro mandá-lo arranjar do que ir ao IKEA comprar um novo. A insegurança também acabou com coisas como as vendas porta-a-porta, e as câmaras de vídeo instaladas por todo o lado e os intercomunicadores dispensaram muitos detectives e porteiros. Mas foi a invenção da aldeia global, combinada com a disponibilização de toda a espécie de serviços online, a principal responsável por muitas profissões se encontrarem em extinção: os solicitadores, os agentes de viagens, as dactilógrafas, as telefonistas, os carteiros, os guarda-livros, os contabilistas… Hoje podemos fazer quase tudo sozinhos, desde que tenhamos um computador. Mesmo publicar livros, claro. O editor mais cedo ou mais tarde entrará na lista.