Em Sintra
Já aqui vos falei há tempos de um pequeno romance muito belo que é também uma homenagem à própria literatura e foi, em 2013, finalista do Prémio LeYa. Trata-se de As Palavras Que Me Deverão Guiar Um Dia, de Antonio Tavares, e relata a infância e adolescência de um rapaz algo solitário nos anos 1960-1970, em Moçâmedes, Angola. Ao longo das suas páginas, acompanhamos o protagonista rodeado pelas fantásticas figuras do seu bairro, seja a belíssima Aninhas que não acaba bem, o Ivo que deixou de falar por causa de um coice, o Neca que é um traumatizado da Guerra Colonial e vive com uma senhora casada cujo marido está sempre ausente, a São modista, que ensina os números pela fita métrica, ou mesmo a Luísa, filha do sucateiro, que chupa limões e parece uma rapariga insensível e plana até descobrir o imenso encanto dos livros. Já apresentámos o romance na Figueira da Foz, onde reside o autor, com sala cheia, mas vamos fazê-lo de novo mais logo, em Sintra, com a colaboração de Miguel Real, que já escreveu sobre ele no Jornal de Letras. A sessão decorrerá com o apoio de Alagamares, que trata dos eventos culturais em Sintra, no Mu.sa – Museu das Artes de Sintra, às 18h00. Se quiserem aparecer, serão, claro, muito bem-vindos. Se não puderem ir, não deixem de ler.