Eu, Salazar
«Há algumas figuras assim, sobre as quais já tudo foi dito e sobre as quais está tudo ainda por dizer. Por mais odiado, seguido, idolatrado, contestado e questionado, é o vulto maior da política portuguesa do século XX, pela sua longevidade no palco político e pelo carácter que imprimiu ao imaginário nacional. Ainda hoje, nós portugueses, nos definimos pró ou contra Salazar». É com estas palavras de Nuno Camarneiro que se inicia a folha de sala de um espectáculo acabadinho de estrear (no dia 25 de Abril, como convém!) no Teatrão, Oficina Municipal do Teatro, em Coimbra. Intitula-se Eu, Salazar, e assinam-no o próprio Nuno Camarneiro e Ricardo Vaz Trindade, ambos filhos assumidos de Abril, mas conscientes de uma pesadíssima herança que a figura em destaque legou ao seu Portugal e a todos nós. Paralelamente a este espectáculo, que estará em cena de quarta a sábado às 21h e aos domingos à tarde até 13 de Maio (mas esperamos que depois faça itinerância pelo País), existe um ciclo de mesas-redondas com conhecidos intervenientes, desde Fernando Rosas a Irene Flunser Pimentel, sobre temas relacionados com o Portugal do Estado-Novo e, claro, o próprio Salazar, no ano em que se celebram cinquenta anos que caiu de uma cadeira.