Excerto da Quinzena
Deveria ter sido sexta, mas sexta era feriado...
Qual é a nossa história? Tudo está no contar. As histórias são bússolas e arquitectura; navegamos por elas, construímos os nossos santuários e as nossas prisões com elas, e não termos uma história equivale a estarmos perdidos na vastidão do mundo que se espalha em todas as direcções como a tundra árctica e o mar de gelo. Amar alguém é pormo-nos no seu lugar, é pormo-nos na sua história, ou descobrirmos como contar a nós próprios a sua história.
O que significa que um lugar é uma história, e as histórias são geografia, e empatia é antes de mais um acto de imaginação, uma arte de contar histórias, e ainda um modo de viajar de um lugar para outro [...]
Rebecca Solnit, Esta Distante Proximidade (trad. de José Lima)