Fado da saudade
Há pessoas que, embora não tendo sido propriamente íntimas, conhecemos relativamente bem; e, porque já morreram (e demasiado cedo), de vez em quando sentimos saudade delas. Além das saudades, fazem-nos falta (a nós, pessoalmente, e ao País). Falo, por exemplo, do ecléctico Eduardo Prado Coelho (nunca mais houve outro intelectual assim tão versátil e aberto a escrever nos nossos jornais, e ele fazia-o TODOS os dias) e do poeta Vasco Graça Moura (VGM), o maior lutador contra o Acordo Ortográfico que tivemos em Portugal, um grande poeta e um enormíssimo contador de anedotas. Fiquei, aliás, bastante feliz quando soube recentemente que a Quetzal acaba de publicar um livro de inéditos de VGM que parece mesmo feito a pensar em mim. Chama-se A Puxar ao Sentimento e é uma compilação de letras para fado (Trinta e Um Fadinhos de Autor, reza o subtítulo). Cristina Branco, Kátia Guerreiro, Mísia, Patrícia Costa e outras fadistas já cantaram letras do grande poeta que estão publicadas num livrinho chamado Letras do Fado Vulgar; vamos ver agora quem se atira a este livrinho e empresta a sua voz aos textos. Eu vou lê-lo, isso é mais do que certo, excelente forma de recordar VGM quatro anos passados da sua morte (já?!).