Fake news e ingenuidade
Vivemos num tempo em que o jornalismo já não é o que era e não temos outro remédio senão acreditar nas notícias que nos passam debaixo do nariz. E, como não sou diferente, também fui vítima das fake news e, pelos vistos, completamente ingénua ao crer num tweet de uma pessoa que nem conheço, no qual se dizia que o Instituto Camões consideraria mortas todas as palavras não usadas num período de três anos. A pessoa que partilhou o dito tweet no Facebook é respeitável e, como tinha exercido um cargo importante numa Secretaria de Estado da Cultura aqui há uns anos, não duvidei de que estivesse a veicular informação confirmada. Ainda por cima, como passou uma semana entre eu ler o post e publicar a notícia aqui no blogue, e ninguém desmentiu entretanto o que fora dito (o que multiplicou as partilhas), fiquei mesmo convencida da verdade daquele escândalo. Mas, pensando bem, aquilo não tinha sentido (devia ser apenas uma tirada humorística) e eu tinha obrigação de, pelo menos, ter duvidado. Mea culpa. Venho, assim, retractar-me e dar-vos boas notícias: afinal, o Instituto Camões está tão interessado como nós na defesa e preservação da língua portuguesa e não vai matar palavras nenhumas, nem as inventadas aqui, nem as dos países de língua oficial portuguesa. Apesar de me ter sentido uma autêntica parva, fiquei contente de me ter enganado e de podermos continuar a aumentar o nosso dicionário em vez de o irmos podando. E, desse lado, desculpem ter-vos dado eu própria uma notícia falsa, embora os vossos comentários tenham sido excelentes no dia em causa.