Não escrevi «fitas» a pensar em «cenas», mas a verdade é que também se aplica essa acepção à presente história. Na Queima das Fitas da Universidade de Coimbra, um grupo de estudantes de História (o curso é importante para o enredo) resolveram que o seu carro alegórico se chamaria, calculem, Alchoolocausto (!?). Enfim, na Direcção da Faculdade de Letras houve alguém sensato que, graças a Deus, chegou a acordo com as criaturas para evitar tal ofensa à dignidade humana e à memória do Holocausto; mas nem era preciso muita inteligência ou cultura para os jovens perceberem que de facto estavam a exorbitar. No entanto, os «fitados de História», em vez de aceitarem que se tinham precipitado, ficaram tão aborrecidos por não aproveitaram aquilo que achavam um nome bestial que resolveram falar de «policiamento académico» e «censura» (ver, por exemplo, a imagem abaixo). Então, 71 professores da Faculdade de Letras fizeram uma carta a demarcar-se de tais atitudes e a explicar o que realmente se passou, em que se acrescenta que, num folheto que os mesmos estudantes teriam feito no dia da memória do Holocausto (27 de Janeiro), falava-se de um extermínio «com o intuito de desembaraçar a sociedade alemã e a Europa de inúmeras comunidades sociais», frase que os professores consideram ou revelar ignorância pura e dura (o que é grave em alunos que estudam História), ou indisponibilidade total para referir com rigor os factos. Enfim, prefiro pensar que é ignorância (até porque estou sempre a ver casos semelhantes noutros contextos); mas, de «fitados» em História, esperavam-se realmente cenas mais informadas...
Os professores, neste caso, deram uma boa lição de bom-senso aos estudantes, ao demarcarem-se de tal atitude.
Mas tenho dúvidas se é obrigação de professores universitários inculcar bom-senso nos estudantes. Neste caso, proporcionou-se. Mas, por princípio? Não me parece esta a instituição apropriada. Em níveis de ensino inferior, sim. E (principalmente) em casa, nas famílias! Espera-se (eu, pelo menos, espero) que um jovem que chegue à universidade já esteja dotado de bom-senso.
Caríssima Cristina, eu diria que, esperar que jovens de 18 ,19, 20 anos, tenham bom senso… é pouco sensato! Eheheheh! Algum terão certamente, os que o forem recebendo em casa, na escola, etc. Mas não o terão por completo, pois ainda não são adultos, isto sempre no meu pensar, que aliás pode estar errado.
As praxes e outras atitudes académicas universitárias, são provas de sensatez? Hum…
«o pior nem é serem pessoas, mas estudantes universitários, de quem é legítimo esperar-se outro entendimento e até atitude, por muito libertário ou revolucionário que se seja nessa condição e tempo das vidas de cada um» - estas palavras são suas, caríssimo Pacheco. Num comentário mais acima.
«eu diria que, esperar que jovens de 18 ,19, 20 anos, tenham bom senso… é pouco sensato! Eheheheh!» - em que ficamos?
Eu diria que tal contradição é ser... pouco sensato! Eheheheh!
Ora, ficamos em que me parece que quem censura a censura, gosta muito de censurar… eheheh!
Não vejo qualquer incongruência naquilo que digo em ambos os casos… você vê? Fazer citações, colando partes daquilo que alguém diz, descontextualizando, é mera manipulação, vai-me desculpar.
Leia o que eu escrevi, em ambos os casos, ligando-o num caso a uma resposta a terceiro, e, noutro a um comentário isolado de minha autoria. É assim que deve fazer, claro que pode e deve discordar de mim, como aliás é costume, mas não use essa via.
Dos universitários pode esperar-se essa tal atitude: esclarecida, e ao mesmo tempo irreverente até revolucionária, porque é assim que também se chega ao conhecimento, pondo em causa, questionando, contestando e é essa a altura para o fazerem, a idade e o tempo certos. Mas isso não lhes dá maturidade, se bem seja o caminho para lá chegar. Penso eu…
Afinal parece-me que a falta de luz não é só em Benguela… eheheheh!