Fosse
Desde que o Prémio Nobel da Literatura foi atribuído ao norueguês Jon Fosse (já indicado em várias apostas como o vencedor) leio as mais díspares opiniões sobre o assunto. Confesso que não conheço a sua obra dramática (não li as suas peças que estão publicadas em Portugal e não me lembro agora se assisti a alguma delas encenada por cá) e que ainda só li dois dos seus livros de ficção que a Cavalo de Ferro publicou (Manhã e Noite e Trilogia, sobre os quais aqui escrevi), mas destes gostei imenso. Contudo, lembro-me de que o recomendei a um amigo que é um grande leitor e que ele achou o texto meio infantil e muito repetitivo, não vendo nele nada de assinalável e achando-o até chatinho. Por isso se percebe que, quanto a Fosse, não haja consenso e tão depressa as pessoas se mostrem indignadas, como digam que é uma chatice absoluta, como elogiem muito. Outros vencedores recentes do prémio que também não reuniram muitos leitores à sua volta foram, por exemplo, Elfriede Jelinek e Patrick Modiano, além, claro dos poetas, mas isso já se sabe.