Grandes bibliotecários
Todas as pessoas que adoram livros ficam sideradas quando passam ao pé de caixotes de lixo na rua e vêem pilhas de livros que alguém deitou fora como se fossem meras caixas de papel ou cartão. Pior ainda é quando se fala de guilhotinar livros das editoras porque o stock é enorme e as vendas foram fracas... É verdade que os custos de armazenagem são altíssimos, mas oferecer livros a instituições implica o pagamento do IVA correspondente, pelo que a dada altura a única solução é mesmo cortar aos bocados (ai!). Mas isto não se passa apenas em Portugal, e li no mural de uma bibliotecária portuguesa a história de um grupo de colegas suas estrangeiras que se arrepiaram quando souberam que cerca de 2000 livros que não tinham sido requisitados uma única vez ao longo do último ano na sua biblioteca iriam ser... destruídos. Chocadas com aquele procedimento, resolveram então tentar evitar a calamidade e inventaram uns quantos leitores-fantasmas, criando cartões de leitura falsos nos quais eram registadas as requisições de muitos desses livros condenados à guilhotina. Pelos vistos, salvaram uma data de volumes, que continuam lá para quem os queira ler um dia. Contrariedades que desenvolvem o engenho.