Guadalajara
Aqui há uns anos – se não me engano, em 2013 – a mexicana Feira do Livro de Guadalajara, que então fazia 25 anos e tinha como convidada de honra a Alemanha, convidou-me para lá ir (com tudo pago) e traçou-me um programa fantástico, intelectual e social, do qual, se bem se lembram os que lêem este blogue há muito tempo, fez parte uma mesa redonda inaugural com Vargas Llosa e Herta Müller (um luxo). Na altura, tive uma reunião em que, de forma delicada, me pediram que fizesse lobby para que Portugal pudesse ser o convidado de honra da feira dois anos mais tarde, mas, infelizmente, era mesmo um dos piores períodos da crise, com a Troika e o FMI a chupar-nos até ao tutano, e o pouco que disse elogiando a feira (sem fazer favor nenhum, porque é um magnífico certame à roda da literatura) não serviu de grande coisa (quando não há dinheiro não há vícios). Porém, os tempos estão melhores agora – e em 2018 Portugal vai ser finalmente o convidado de honra da Feira do Livro de Guadalajara. Portugal e o México já assinaram o convénio em finais de Julho na belíssima biblioteca do Palácio da Ajuda (se puderem, visitem-na porque vale a pena), o director da feira, Raúl Padilla, esteve em Portugal, e Manuela Júdice, secretária-geral da Casa da América Latina, será a comissária responsável pelo programa e respectivos convidados. Fico contente com a iniciativa e espero sinceramente que deste acontecimento possa surgir um estreitamento das relações entre as literaturas portuguesa e mexicana.