Imaginação
Rosa Montero, versátil autora do país vizinho, escreveu o seu mais brilhante livro sobre a imaginação e chamou-lhe A Louca da Casa. Se não o leu ainda, não perca esta homenagem à nossa faculdade de imaginar. Hoje, porém, a imaginação está menos valorizada, pois parece que as pessoas preferem as séries da Netflix aos livros que, como se sabe, são instrumentos que desenvolvem inúmeras capacidades, nomeadamente a imaginação, e obrigam a uma participação mais activa do leitor (o espectador já tem a papa feita, digamos assim). Mas ainda há quem, no mundo dos livros, não se deixe abater pela concorrência e arranje maneira de replicar os tiques de quem está a roubar-lhe público, talvez para lho roubar depois. É o caso de uma bibliotecária inglesa, Jo Clarke, que não baixa os braços. O meu amigo facebookiano Nuno Ferreira da Silva partilhou na sua página a fotografia que aqui publico hoje e que mostra como é precisa imaginação e inteligência quando se pretende fazer leitores, incluindo os mais pequeninos. Este foi o cartaz que Jo pensou e realizou para a escola primária onde trabalha, replicando as listas de filmes e séries à disposição na Netflix. Se todos os nossos professores primários tivessem imaginação e iniciativa como Mrs Clarke, talvez houvesse mais leitores em Portugal.