Ler teatro
À medida que envelhecemos, vão-nos morrendo pessoas, próximas e menos próximas; mas, entre estas últimas, algumas fazem-nos tanta falta (e ao mundo) como outras que se calhar estavam mais perto fisicamente, mas eram mais anódinas e menos intervenientes. Falo disto porque há algumas que são mesmo difíceis de substituir (Eduardo Lourenço, por exemplo; Vasco Graça Moura, que, entre outras coisas, sabia contar anedotas magnificamente; Ana Luísa Amaral, cuja voz nunca esquecerei; Nuno Júdice, que tinha um riso que, quando emergia, era mesmo contagiante, ou a querida Maria Quintans, qque perdemos ainda agora). Uma dessas pessoas (que conheci mal mas era brilhante) é Jorge Silva Melo, e lembrei-me dele a propósito da última sessão do Clube de Leitura de Teatro, que é uma belíssima ideia, pois praticamente só conhecemos as peças que vão à cena e há tantas, mas tantas, que vale a pena ler ou ouvir. No Teatro da Politécnica, descobrem-se nestas sessões textos da dramaturgia universal e, no próximo dia 24, às 19h00, vai ser lido um texto do próprio Silva Melo e, a seguir, vai ser ensaiada diante de todos a peça Búfalos, de Pau Miró, que depois será apresentada no CITEMOR, no dia 25 de Julho. Aproveitem, que é a última sessão do Clube (antes da rentrée, esperamos).