Literatura e inteligência artificial
Num encontro de poesia em Oeiras, já não sei se no final do ano passado, convidaram-me para discutir o tema da inteligência artificial aplicada à poesia com uma professora do Instituto Superior Técnico. Como sabia pouco sobre a matéria, estive a investigar e, curiosamente, descobri poesia criada por máquinas bastante boa, alguma até melhor do que muitos versos tremendamente fracos que estamos sempre a encontrar por aí. Claro que a poesia criada por «cérebros artificiais» parte sempre de um conjunto grande de textos poéticos preexistentes escritos por pessoas de carne e osso; e, como na máquina da taluda, no fundo o computador mistura todas as bolas e depois deixa cair uma poesia nova; o que não sabemos é se faria um poema assim jeitoso sem lhe darmos a «ler» antes muitos poemas jeitosos. Mas, se quer saber mais sobre este assunto, vá hoje ao Goethe-Institut de Lisboa, pelas 19h00, onde dois especialistas vão falar de poesia digital e ciberliteratura: Rui Torres, professor catedrático no Porto, e João Gabriel Ribeiro, jornalista e designer. Ambos têm plataformas de poesia digital e, suponho, vão defender as suas damas.