Livros antigos
Conheço cada vez mais pessoas que gostam de frequentar alfarrabistas e comprar livros velhos e antigos: umas porque se dedicam a géneros específicos (como um dos meus colegas editores, Zeferino Coelho, que se interessa por tudo o que são textos biográficos); outros porque simplesmente procuram livros há muito esgotados e esperam encontrá-los ali a baixo preço; outros ainda porque adoram mergulhar no papel cansado e descobrir coisas de que nunca tinham ouvido falar (o Manel comprou-me recentemente um livro com textos de um meu antepassado que não conhecia.) Além da livraria de Miguel de Carvalho recentemente aberta na Figueira da Foz (conheci-a ainda em Coimbra, num espaço bem bonito, e estou ansiosa por visitar este), há mais dois espaços de venda de livros antigos mais ou menos recentes. Um em Lisboa, no piso inferior da Livraria Barata, da responsabilidade de Carlos Bobone (filho de peixe sabe nadar, o seu pai é igualmente alfarrabista); e, no Porto, um novo espaço na Livraria Lello que será inaugurado no final do mês, sala dedicada a livros raros, primeiras edições e obras de coleccionador. Será que as pessoas estão a ficar fartas dos livros do presente e procuram os que atravessaram o tempo ainda vivos e em bom estado? Ou haverá nisto também um lado de investimento num produto com valor real? Não sei, mas que é curioso é.