Livros de bolso
A newsletter da Livraria Bertrand ensina-me várias coisas sobre os livros de bolso que, curiosamente, nunca tiveram um êxito estrondoso em Portugal, talvez porque durante demasiado tempo quem lia eram as elites, e essas preferiam claramente os livros maiores; e depois chegaram muito rapidamente os ebooks para os mais jovens que gostam de ler no telemóvel, ainda mais pequeno do que o livro de bolso. Mas noutros países são um sucesso, como no Reino Unido, por exemplo, em que é vulgaríssimo vermos as pessoas a ler edições de bolso na praia, no metro e nos cafés (até já vi uma pessoa no aeroporto deitar fora a parte já lida do livro num caixote de lixo para ir mais levezinha para o avião); ou em França, em que, além de editoras que se reuniram em empresas especializadas em livro de bolso, o preço muito mais barato devido às grandes tiragens serviu realmente para fazer leitores entre uma classe que não tinha poder económico para comprar as edições mais caras. Mas conta ainda a mesma newsletter que, durante a Segunda Guerra Mundial, contra os livros queimados pelos nazis, se imprimiu uma colecção inteirinha de livros de bolso que foi distribuída às tropas aliadas de todo o lado (da Normandia às ilhas do Pacífico) lembrando-as dos ideais nobres pelos quais lutavam e servindo de símbolo de resistência, liberdade e democracia.