Livros roubados
Uma vez ouvi contar a história de umas pessoas que, quando voltaram de férias, tinham a casa vazia. Uma camioneta de mudanças aparecera para empacotar o apartamento e, como era Agosto e estava toda a gente de férias, ninguém desconfiou de que não fossem profissionais (eram profissionais, mas do roubo). Curiosamente, deixaram apenas uma coisa: os livros… É triste, mas é cada vez mais verdade que as pessoas não estão interessadas em ler. E, porém, Amosse Mucavele, que foi curador da Feira do Livro de Maputo durante vários anos, contou no Facebook uma deliciosa história: trouxe de um alfarrabista uma série de livros emprestados e, de repente, descobriu que, entre eles, estavam livros que pertenciam a um seu amigo, tinham lá o nome dele e tudo, embora nunca o tivesse ouvido dizer que fora vítima de roubo ou que os emprestara a um… ladrão, mas também não o achava capaz de os ter vendido. Agora o dilema é se os devolve… e a quem. Depois disto, tornou-se mais atento e já encontrou muita coisa nos alfarrabistas que é, de facto, oriundo de bibliotecas de amigos e conhecidos. Nunca compra esses livros, por precaução… Mas, se foram roubados ou vendidos por algum amigo a quem foram emprestados, isso quer dizer que ainda há países onde os livros são, pelo menos, cobiçados por várias pessoas.