Mais Saramago
Se fosse vivo, José Saramago teria feito 99 anos no passado dia 16, data em que se iniciaram em todo o País, e não só (suponho que Lanzarote esteja a comemorar), as celebrações do centenário do escritor que culminarão no dia 16 de Novembro, mas em 2022. Entre as muitas acções planeadas, das quais já aqui falei há umas semanas, uma delas reveste-se de especial importância porque envolve a criação da primeira cátedra que leva o nome do nosso Prémio Nobel da Literatura. É uma cátedra da UTAD (Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro), cuja formalização aconteceu no dia 5 de Novembro, tendo como parceiros a Fundação José Saramago e a Livraria Lello, e não poderia fazer mais sentido naquele local, já que a Viagem a Portugal, recentemente reeditada num belo volume, começa exactamente em Miranda do Douro e estende-se por todo o território do Nordeste transmontano. A cátera terá como áreas de actuação, além do ensino propriamente dito, a investigação e a acção cultural, incluindo tertúlias, conferências, seminários, cursos, teatro e residências artísticas. Haverá naturalmente um foco na obra de Saramago, mas as actividades não se reduzirão à obra do mestre nem ao território nacional e pretendem envolver toda a população local. De algum modo, serão também implicados aqueles que venceram o Prémio Literário José Saramago da Fundação Círculo de Leitores. A série de documentários sobre eles, Herdeiros de Saramago, de Carlos Vaz Marques, acaba, de resto, de ser justamente premiada.