Manifesto
Creio já aqui ter falado de Livrarias, um livro-manifesto de Jorge Carrión que defende a livraria e o livro como pilares da civilização; Carrión é um autor que tem de ser lido por todos nós que gostamos de ler e que agora volta a atacar com um livro obrigatório que está a ser traduzido em todo o mundo. Chama-se (Carrión é corajoso) Contra a Amazon e é mais uma vez um manifesto, desta feita contra o gigante de Jeff Bezos e «o poder crescente dos algoritmos» na venda de livros, a favor da figura do livreiro e do carácter incomparavelmente mais humano e pessoal das livrarias independentes e das bibliotecas. Carrión acusa a Amazon de se ter apropriado do prestígio do livro e de ter construído um hipermercado de livros que é, na verdade, «uma cortina de fumo em forma de biblioteca»; insurge-se contra aquela imensa livraria «impessoal» e «global» e partilha visitas várias a livrarias que se estão a reinventar e a resistir em todo o mundo para mostrar como é, afinal, possível manter o livro como «pilar da nossa educação sentimental e intelectual». Com uma nota introdutória escrita propositadamente para a edição portuguesa, Contra a Amazon é de certeza uma obra polémica que dará que falar nos tempos mais próximos.