Maria Teresa Horta
Quando conheci pessoalmente Maria Teresa Horta, ela era jornalista no Diário de Notícias e foi a primeira pessoa a entrevistar-me para um jornal (antes só tinha sido entrevistada para a Rádio Comercial por Pedro Rolo Duarte). Mas, mais do que uma jornalista, tratava-se de uma senhora muito combativa, que lutava pelos direitos das mulheres desde os anos 1960, e ainda de uma escritora que começou pela poesia e terminou como romancista de grande fôlego, sobretudo com a obra As Luzes de Leonor (sobre a Marquesa d'Alorna, sua antepassada). A Maria Teresa morreu na semana passada e foi uma perda muito grande para a cultura portuguesa e para a poesia, que já tinha perdido Adília Lopes no final do ano e tem vindo a perder muitos poetas nos últimos anos. A BBC tinha-a considerado há pouco tempo como uma das 100 mulheres mais influentes do mundo, lembrando o processo das Novas Cartas Portuguesas e a sua dedicação ao feminismo e à emancipação das mulheres. Leiam os seus livros. Se ela partiu, a sua obra ficou cá.