Muros que caem
Já aqui falei da fabulosa estreia na ficção literária da cantora Luísa Sobral. Como faz parte, houve algum preconceito quando se falou de que a artista se atrevera à escrita de um romance porque os portugueses parecem sempre desconfiar de quem tem êxito (e o Camões até acabou Os Lusíadas com a palavra inveja). Mas, mal as pessoas começaram a ler, renderam-se à evidência de que a Luísa Sobral era uma belíssima contadora de histórias muito para lá das canções que escreve desde os doze anos; que era capaz de estruturar um romance literário, de usar vários registos estilísticos, de ter uma voz segura (ela é uma grande leitora), de investigar e inventar; e as críticas positivas têm-se multiplicado em blogues, jornais, podcasts e redes sociais, fazendo com que Nem Sempre as Árvores Morrem de Pé tenha passado já à 6.ª edição, o que é raro conseguir-se num primeiro romance. Para quem esteja interessado em ouvir a Luísa Sobral falar ao vivo sobre o seu processo criativo e o romance em causa, hoje às 18h30 estarei a conversar com ela na FNAC da Avenida de Roma, onde esperamos todos aqueles que queiram aparecer e tirar teimas. Hão-de cair muitos muros, aposto. Até logo.