Na Rua Mazur
Paris, 2001. Yankel – um livreiro cego que pede às amantes que lhe leiam na cama – recebe a visita de Eryk, seu amigo de infância. Não se vêem desde um terrível incidente, durante a ocupação alemã, na pequena cidade da Polónia onde cresceram – e em cuja floresta correram desenfreados para ver quem primeiro chegava ao coração de Shionka. Eryk – hoje um escritor famoso – está muito doente, mas não quer morrer sem escrever um livro que servirá de ajuste de contas com o passado. Para isso, porém, precisa da memória do amigo judeu, que sempre viu muito para além da sua cegueira. Com o encontro dos dois se inicia Os Loucos da Rua Mazur, o segundo romance de João Pinto Coelho que lhe valeu o Prémio LeYa e, estando à venda apenas há dias, já deu celeuma na Polónia, com os jornais a tentarem escamotear o tal «incidente», esquecendo-se de que, em 2015, o próprio presidente polaco e um bispo pediram desculpas pelo sucedido durante a Segunda Guerra Mundial. Polémicas à parte, Os Loucos da Rua Mazur é um digno sucessor literário de Perguntem a Sarah Gross (em quarta edição) e uma ficção igualmente inesquecível. O lançamento é no dia 29, na Livraria Buchholz, em Lisboa, às 18h30. Apresenta o romance José Tolentino Mendonça.