No Porto
Afonso Reis Cabral viveu parte importante da sua vida no Porto, e é lá que vai acontecer logo à tarde a apresentação pública do seu mais recente romance, O Último Avô, que teve uma gestação demorada, mas valeu a pena, até porque já vai em segunda edição. Desta feita, será o escritor Mário Cláudio o orador da sessão e esperamos o melhor, já que nos deu a entender que, ao fechar o livro, o romance o atingira realmente como um clarão. Lembro que o livro conta a história de Augusto Campelo, um genial escritor que, pouco antes de morrer, queimou no jardim de casa um manuscrito a que dedicara muito tempo e que ninguém sabia de que tratava, embora os mais próximos acreditassem ser finalmente a obra sobre a sua experiência na Guerra Colonial, que descrevia frequentemente como traumática em entrevistas. Mas, na verdade, essa sua vivência é apenas um lado deste O Último Avô, pois não há como esquecer o lado do neto-narrador e a rememoração de episódios familiares, por vezes igualmente traumáticos, que incluem a fuga de casa da sua mãe, filha mais nova do escritor, no final da adolescência. Uma guerra de palavras também. Não percam. O convite fica abaixo.


