Há uns dias fez vinte anos da atribuição do Prémio Nobel da Literatura a José Saramago e houve celebrações em todo o País (um congresso dedicado à sua obra em Coimbra, uma ida do Primeiro-Ministro e da família à Azinhaga, onde nasceu o escritor, leituras de Pedro Lamares no local onde as cinzas de Saramago foram depositadas e o lançamento do Último Caderno de Lanzarote e de um livro de Ricardo Viel, O País Levantado em Alegria, sobre esses dias loucos). Também em Lanzarote se encontraram os primeiros-ministros de Portugal e Espanha; saíram numerosos artigos nos jornais, a TV pediu testemunhos a escritores e editores, enfim, Saramago fez o pleno vinte anos depois, ao mesmo tempo que quem não ganhou o Nobel da Literatura desvalorizava esse prémio numa entrevista, quando é difícil acreditar que não o tenha desejado muitas vezes. Contaram-me que no país aqui ao lado fizeram uma maldade a um escritor que estava sempre à espera de receber o Nobel e ficava impossível de aturar por aqueles dias. Então, uns amigos pediram a uns suecos que estudavam em Espanha para lhe telefonarem na véspera do anúncio do Nobel, perguntando, com o seu sotaque nórdico, se aquele era mesmo o número de telefone do escritor-tal. O homem parece que ficava numa pilha de nervos até saber que, mais uma vez, o prémio não fora para ele. Uma boa partida para pregar a… muitos escritores por todo o mundo.
Hoje há lançamento em Lisboa de Pão de Açúcar, o novo romance de Afonso Reis Cabral. Aqui fica o convite.
5 comentários
António Luiz Pacheco 16.10.2018
Os fogos (que consomem árvores que servem para fazer papel, no qual se escrevem livros) têm em comum com os livros, caírem no mesmo esquecimento e desprezo por parte dos executivos, isto é, são olvidados ... Daí os meter no mesmo pacote, o das coisas esquecidas a que hipocritamente se referem de vez em quando e por obrigação. Repare que fica bem aparecer a celebrar um Nobel que fez 20 anos, dá até um ar de quem se rala com a cultura, e porque no presente Saramago ainda é celebrado e fica bem falar nisso! Já agora e para mais ridículo, seria de celebrar o famoso Nobel da Medicina atribuído em 1949 a Egas Moniz.
O Pinhal de Leiria ardeu todo e não servia para fazer livros. Neste último fogo no Guincho também não arderam eucaliptos... E não me parece que fosse este governo a provocar os incêndios, ou acha que foi? E os livros ainda continuam a ter o IVA mais baixo (6%), valha-nos isso! Já aquela história dos toureiros & Ca. estarem isentos de impostos me parece francamente escandalosa, mas nós os Tugas somos assim... Maria
Sua opinião, que respeito, mas não tenho de partilhar dela! Pediu um esclarecimento, que eu dei...não percebeu nada porque me parece estar de má-fé com o que eu diga, por isso o resto do seu comentário e esta resposta, é mais uma vez mera vontade de desconversar e de agredir, mais nada. Creio que estamos definitivamente dispensados de conversar, o que lamento.
- Não pedi nenhum esclarecimento, fiz uma pergunta de retórica no fim do meu comentário ao post. - Percebi tudo e não estou de má fé. - Não tenho mera vontade de desconversar nem de agredir ninguém. - Nunca agredi nem ofendi ninguém, aqui ou em qualquer outro blog. - Dispenso os seus cumprimentos, pois "simplesmente" não me parecem sinceros, depois de todas as palavras antipáticas da sua resposta Maria